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24 de Abril de 2024

Projeto que determina guarda compartilhada de filhos segue para Plenário

Publicado por COAD
há 9 anos

A guarda compartilhada deverá ser o instituto adotado para a custódia dos filhos de pais divorciados, ainda que não haja acordo entre eles para isso. É o que define o Projeto de Lei da Câmara 117/2013, aprovado nesta quarta-feira (26) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). A proposta segue em regime de urgência para análise do Plenário.

Segundo o autor da proposição, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a redação atual do Código Civil vem induzindo os magistrados a decretar a guarda compartilhada apenas nos casos em que os pais mantenham boa relação após o fim do casamento, evitando o uso do instituto justamente quando ele seria mais necessário, nas situações de desacordo entre os ex-cônjuges. Com a mudança proposta, a não ser que um dos pais expresse o desejo de não obter a guarda ou que a justiça não considere um dos dois genitores aptos para exercer o poder familiar, a guarda compartilhada será obrigatória.

O projeto também especifica a necessidade de divisão equilibrada do tempo de convivência dos filhos com a mãe e o pai; possibilita a supervisão compartilhada dos interesses do filho; fixa multa para o estabelecimento que se negar a dar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos; dá preferência à oitiva das partes perante o juiz, em caso de necessidade de medida cautelar que envolva guarda dos filhos; e determina que ambos os pais participem do ato que autoriza a viagem dos filhos para o exterior ou para a mudança permanente de município.

Os parlamentares que integram a CAS comemoraram a aprovação do texto. Para a senadora Marta Suplicy (PT-SP), a alteração é salutar para elevar o papel do pai e tornar o poder sobre a criança equitativo, eliminando espaços para chantagens utilizando a criança para atingir um dos ex-cônjuges. Além disso, reforça o vínculo da figura paterna com os filhos. Segundo Marta, é muito antigo achar que só a mãe sabe cuidar da criança.

Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o projeto é de grande relevância para a vida das crianças e, diferente do que a maioria pensa, as mães não querem o poder absoluto sobre a vida das crianças. Pelo contrário, observou, elas querem dividir o poder com os pais, para que estes exerçam a paternidade responsável. A aprovação da proposta viabiliza segurança, afeto e a referência de uma família moderna, opinou.

Os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS) também defenderam a proposta. Eduardo Suplicy (PT-SP) desistiu de pedir vistas e sugeriu à consultoria legislativa que se manifeste, caso haja alguma incongruência, antes de a proposta ser votada em Plenário. A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) lembrou ainda que o projeto foi amplamente debatido com especialistas do setor.

O presidente da CAS, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), propôs o requerimento para análise da proposta em regime de urgência no Plenário. Segundo informou, o presidente do Senado, Renan Calheiros, lhe garantiu que, dentro do possível, o projeto poderá ser votado ainda nesta quarta-feira na Ordem do Dia. Durante os debates na comissão, Moka fez um apelo aos senadores presentes à reunião para que não fosse apresentado pedido vista (tempo para análise) do projeto, já que, como ressaltou, o texto corresponde aos apelos da maioria dos atores sociais que defendem a aprovação da matéria.

Audiência

A CAS realizou audiência pública na semana passada para instruir a matéria, e os participantes foram unânimes ao defender sua aprovação e o aprimoramento da guarda compartilhada. A alteração na lei, disseram ainda, será uma arma eficiente contra a alienação parental. O relator, senador Jayme Campos (DEM-MT), acatou a sugestão de um dos participantes para aprimorar a redação, sem mudar o teor da proposta. Em vez da expressão tempo de custódia física, o texto que seguirá para o Plenário ira redigido com tempo de convivência. Jayme Campos também rejeitou a emenda do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que motivou a retirada do PLC do Plenário no início do mês e a análise na comissão.

FONTE: Agência Senado

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Parece que alguns legisladores brasileiros chegaram ao cúmulo da irresponsabilidade. A guarda compartilhada costuma gerar problemas graves, mesmo quando os pais se dão bem entre si, pior ainda quando não se entendem. Os filhos ficam no centro do conflito, sofrendo toda sorte de pressão, de ambos os lados, com graves consequências para o estado emocional e formação dos infantes. Resta esperar que os magistrados tenham o bom senso de não fazer uso dessa heresia legislativa, evitando assim que se consolide o desastre social que legisladores irresponsáveis teimam em querer produzir..
No melhor direito, naquilo que diz respeito aos filhos o interesse destes deve, sempre, prevalecer sobre o dos pais e, assim, não pode ser estruturada em atenção a problema pensional, ou qualquer outro dos pais, a guarda dos pequeninos, mas sim da maneira que melhor atender a saúde emocional destes últimos. continuar lendo